terça-feira, 26 de maio de 2009

Faça o que digo, não o que faço


É fácil se escandalizar com os grandes acontecimentos corruptos, no entanto, é difícil enxergar que um grande corrupto não surge repentinamente no topo de um pedestal, mas trilha um caminho até lá.
Tal caminho se assemelha à formação acadêmica: primeiro reconhece-se símbolos, ícones, letras, para depois formar-se palavras, depois frases e então textos.
Um corrupto começa com pequenos desrespeitos à ética e, explora cuidadosamente o caminho que vê como possível a se trilhar. Dessa forma, percebe-se a amplitude da importância da educação e da ética.
Não significa, porém, que todas as pessoas que furam filas ou pagam propina, por exemplo, tornar-se-ão Renans Calheiros, no entanto, suas ações destituem-nas do direito de reclamar de tais feitores.
Enquanto o esperto for o que economiza tempo furando uma fila, dinheiro sonegando impostos ou fazendo os chamados "gatos", também o se-los-ão políticos que constroem castelos com dinheiro de impostos, que têm contas na Suíça, que "roubam, mas fazem"
Se essa realmente for a esperteza, é melhor que haja uma nação de burros honestos. Chega de Robin Hoods às avessas, mas chega também de espertos egoístas e aproveitadores.
"Proletariados de todo o mundo, uni-vos" é a frase, pois vem bem a calhar: "Éticos de todos o mundo, uni-vos", e construam o novo a partir das gerações que são iniciadas agora.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Ao sol



Como eu estou hoje?

Não sei, é difícil entender

Tantas coisas aconteceram

Que eu não consigo explicar


O mundo continua girando,

mas eu não saio do lugar

olho em volta e tudo,

tudo continua funcionando

[exceto eu


Saio até a esquina

Para ver se algo mudou

Mas nada disso importa

Aqui dentro a tempestade continua


E meu mar só aumenta

Mas, um dia, eu farei o sol brilhar

e então, tudo o que passei

será somente mais um capítulo

[ da minha história


A água vai encobrir os vestígio

Levar a dor

Me deixar úmida, para secar ao sol

Mas meu sol estará aqui

E o meu 'era uma vez'

terá um 'felizes para sempre'






terça-feira, 19 de maio de 2009

WWF | Tarzan

Um comercial da WWF, muito engraçado por sinal e por contrário se trata de um tema muito sério.
O texto diz:  “15km2 of rain forest disappears every minute” (15km² de mata atlântica desaparecem a cada minuto).
É simplesmente incrível como as pessoas não se importam com isso, a natureza existe para ser cuidada pelas pessoas, e estas então podem utilizar melhor a natureza para outros fins. Será que somos tão ignorantes a ponto de não admitir que a cada dia estamos errando mais e mais? Nós já estamos sofrendo com nossos próprios erros, aquecimento global, efeito estufa, derretimento de geleiras, terremotos, tufões entre outro fenômenos e  que um dos maiores culpados deles ocorrerem somos nós próprios que possuímos os mesmo neurônios que um gafanhoto.

De certo, deu certo.

Quem crê em Deus(es) pode despreocupar-se com pequenos erros por saber que no fim tudo da certo, como citado por Guimarães Rosa. E eu? posso errar estando segura do meu futuro? Será que este 'certo' é o meu certo ou é outra visão? e o meu certo qual será! é o certo?
Tenho de sonhar para viver. Mas sem idealizar, evitando chateações ou tornar-me uma pessoa alheia à realidade. Então, sonhar sem idealizar. É incabível, utopia. E a utopia não é o sonhar sem ter direito de idealizar, pois no fim não há certeza de que é errado?
Desisto de sonhar, deixo para mais tarde, que venha o próximo tópico. Viver bem e realizar-se. Como sem idealizar? Profissionalmente, então. Realizar o sonho esperando algo em troca de tê-lo realizado.. é este nosso trabalho. Mas para isto nos dedicaremos arduamente - a conquista do trabalho- para que depois prostituamos o resto de nossas vidas tentando realizar o sonho, já realizado. Esqueci-me; Viver um dia de cada vez, certo.
Mas, viver bem, pois! E para atingir o bom emprego, estudos. Estudos incessantes sem profundidão alguma. E quando há estudo o bastante, discussões vêm para que absorva ou desenvolva mais a cultura, pois sempre há mais a se saber. E ao fim da frondosa discussão, promissora de intelectos, o nada. A nudez. Nada sei, apesar de saber , mas não tudo. E este não saber não se saceia com mais saber, ele só aumenta. Mas então dizem: " A plenitude é atingida ao descobrir que nada se sabe após saber tudo.". De certo não estou na plenitude.
Mais saber, então, para no futuro atingir a plenitude! Cai. Perdi tudo. Ao almejar no meu futuro a plenitude acabei por idealizar, não vivendo um dia de cada vez e sendo utópica. Agora, mesmo ao alcançar a plenitude, nada mais serei do que uma mente divagando sem rumo, paralela à realidade. Deu certo.

sábado, 9 de maio de 2009

Trecho de "Ode Triunfal" - Álvaro de Campos (heterônimo de F. Pessoa)

À dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas da fábrica
Tenho febre e escrevo.
Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto,
Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos.
Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno!
Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria!
Em fúria fora e dentro de mim,
Por todos os meus nervos dissecados fora,
Por todas as papilas fora de tudo com que eu [sinto!
Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos [modernos,
De vos ouvir demasiadamente de perto,
E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excesso
De expressão de todas as minhas sensações,
Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas!
Em febre e olhando os motores como a uma Natureza tropical -
Grandes trópicos humanos de ferro e fogo e força -
Canto, e canto o presente, e também o passado [e o futuro,
Porque o presente é todo o passado e todo o futuro
(...)
Ah, poder exprimir-me todo como um motor se exprime!
Ser completo como uma máquina!
Poder ir na vida triunfante como um automóvel último-modelo!
Poder ao menos penetrar-me fisicamente de tudo isto,
Rasgar-me todo, abrir-me completamente, tornar-me passento
A todos os perfumes de óleos e calores e carvões
Desta flora estupenda, negra, artificial e insaciável!
(...)

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Anistia Internacional



Criados pela TBWA\Paris, esses anúncios são ainda mais diretos, colocando cenas de tortura em cenários olímpicos.
A Anistia Internacional não pegou leve em suas propagandas para a os jogos olimpicos. Foi criado para mostrar que não existe espiríto esportivo e união entre os países como estamos acostumados.

Talvez...



Talvez um dia tudo venha a ser diferente
e nos olhos vazios haja novamente uma luz
e no coração endurecido, novamente uma batida
e na expressão fria, novamente ternura

Talvez a dor da queda seja menor que a alegria da tentativa
A dor do fim, menor que as alegrias do caminho
O fim doloroso, um novo começo
O medo do desconhecido, uma coragem avassaladora

Talvez o olhar intencional ignore os defeitos
O crítico consiga elogiar
E novamente haja cores
Haja sons

Talvez tudo volte a ter sentido:
A criança sorrindo
O palhaço brincando
E, ainda sim, o tempo se esvaindo.

domingo, 3 de maio de 2009

Every child needs a family

Esta propaganda foi criada pela Lowe da Croácia.
Muita gente fala sobre o abandono de animais, mas será que essas mesmas pessoas se preocupam com os seus semelhantes?

sexta-feira, 1 de maio de 2009

O Que Mudar


Lá, na Senhora do Mundo, o Sol lançava os raios da ambição em pleno século XIX. O ideário de dominação, em que apenas o mais forte sobrevivia, nascia naquele conturbado século. Ainda como embrião em estado de mórula, a "máquina" em pouco tempo tornar-se-ia o centro dos holofotes, tirande de vez o ser humano de cena.
A Mãe-Negra sangrava ao ser esquartejada pelos brancos superiores. A infância da humanidade, tal qual como pregava a Eugenia, ia aos poucos europeizando-se. O que valia era o "from Europe" e ponto final.
O continente onde o Sol costumava nascer passou a presenciar dias eternos sem luz, as flores da primavera haviam murchado, agora restavam folhas finas e secas tal qual como o sertão nordestino. As mãos milenares voltadas para o imaterial enfrentaram aquela esquadra marítima avassaladora e toda aquela cegueira cultural expandia-se para os continentes berços do mundo.
O trabalho era imposto de forma exploratória, famílias dizimadas. A tecnologia agora era objetivo de vida naquela população impostamente européia. Todos alienados. Ninguém mais via o etnocídio. A ideologia do senso comum ganhou o coração e a mente de todos que se vendiam barato para fazer parte do novo modelo de sociedade. Novo, assutador, ditatorial.
E viva o consumo ! E saíam homens e riquezas e entravam agústias e nostalgias. Usam celeular, comem "Fast Food" e vivem subodinados ao imperialismo travestido de desenvolvimento econômico avaçado. Calça jeans, escravos negligenciados, AIDS, armamentos, inglês, massificação, internet, rebanho, esteriótipos, pobreza, classes, castas, o novo. Globalização. Fusão de culturas. Opções de escolha, consumo. Falta de cultura. E a tradição ficou para os empoeirados livros de história.

PROTEÇÃO DA NAÇÃO


Jogado em gaiolas 
tratado como um animal 
País da democracia? 
Irônico dizer essa blasfêmia 
 
Tremendo na escuridão
 A cada passo que ouço
 Escuto em minha cabeça 
Gritos de sofrimento 

Vejo o meu medo
 Se aproximando 
 Atrás da minha gaiola 
Violentado serei 

Quem dera poder sair
 Viver com paz 
E a família poder abraçar

 Sem dizer adeus 
Fico esperando  
A pequena viseira se abrir
 E ver o sofrimento do meu semelhante em mim 

Nos muros dessa solidão
 Há sangue sendo escorrido
 E dor sendo provocada

 Me perdoe meu senhor
 Eles não sabem o que fazem

 Escrevo essa carta para me redimir
 E tentar possuir o que nunca tive
 A liberdade de ter a igualdade dentro Da minha sociedade