terça-feira, 7 de julho de 2009

Semeadura, Cama de Tatami.

Estranho seria se deixasse passar, não desse valor, não me tocasse do que estaria acontecendo. De mansinho as coisas vão se ajeitando, a circunferência se fecha, o sabor da manhã se torna vivo na ponta da língua. Simplesmente nossas ações se engatam e tomam força e velocidade mordaz aos olhos de qualquer carnal e ficamos estarrecidos em ver em até que ponto chegamos mais uma vez. Do nada somos laçados, domados e cegados por uma coisa que não se explica, que não tem forma, ou às vezes até tem, mas está etérea à nossa pupila. Talvez a noz não seja tão dura de ser quebrada e seja mais fácil alimentar-se do fruto que lá dentro está, talvez essa constante metamorfose que acelera meu cérebro me torne mais permeável. Suicídio de pensamentos vãos, de gotas de chuva que caem refletindo os belos raios do inverno. Aquela poça no canto da rua me traz respostas que hoje quero sim ouvir, quero sim saber. Preciso entender de onde veio, pra onde vai. Como vai ?
A angústia da volta para casa de cabeça baixa só é saciada pela certeza de encontrar o afago no dia seguinte, combustível que faz a máquina continuar com suas polias em movimento. Movimento! Como na dança das garças no fim do outono.
Primavera eterna de lamparinas que iluminam o próximo passo de um chão tortuoso, cheio de espinhos e obstáculos mas com a certeza da frente e a história na mão.
"Vem, vamos embora. "