segunda-feira, 8 de junho de 2009

Olhar ousado

Havia uma explosão de cores emanando da órbita daqueles olhos. O que viam era incrível e mal podiam acreditar. Sim, aqueles olhos grandes, inquietos e curiosos captavam não só o caos das margaridas murchas e dos braços caídos de quem vive por viver, mas desejavam abraçar apaixonadamente aquela flor, aquele pingo de flor que se exibia timidamente convidando olhares. Pingo de flor que absurdamente brotava de um asfalto. Tão delicada e obscena, ia rompendo rochas, enfeitando e encantando o cenário para olhos que não estavam só de passagem, mas que pousaram ali, por um segundo se quer, sua vontade e todos os seus sentidos, dedicaram-se mesmo que por poucos sopros que o vento era capaz de dar a enxergar e não só a interpretar formas e paisagens aborrecidas, cansadas.

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